Discussões


Pessoal,

Vamos refletir a partir dos 3 primeiros capítulos do livro "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire. Quais são as principais ideias de cada capítulo? Como o autor compreende "práxis"? Qual a importância do diálogo? Como explica a construção do tema gerador?

10 comentários:

  1. “Pedagogia do Oprimido” – Paulo Freire
    Aluna: Janete Kepler Wächter
    Cap. I – A Justificativa da Pedagogia do Oprimido
    A justificativa é a desilusão filosófica e política sobre a relação de dominação do opressor sobre o oprimido; por isso a proposta de uma re-humanização dos oprimidos, através da prática pedagógica, auxiliando-o nessa libertação. Essa opressão, ao ser refletida, deve resultar em lutas orientadas pela pedagogia, enfrentando o medo da liberdade. O oprimido não se liberta sozinho, mas em conjunto com outras situações semelhantes, de diálogo, se colocando como sujeito e não como objeto.
    Cap. II – A Concepção Bancária da Educação como Instrumento de Opressão
    Paulo Freire é contra a proposta de uma educação nos moldes tradicionais, que domestica e amansa os alunos, tornando-os seres para os outros e não para si. Na educação bancária não existe espaço para o diálogo, elemento fundamental para a ação transformadora. Nessa educação o educador educa e os educandos são educados, não gera uma consciência da compreensão das realidades, um pensamento crítico.
    Cap. III – A Dialogicidade, Essência da Educação como Prática da Liberdade
    Relação entre palavra e realidade – sem dimensão da ação tem-se o verbalismo, sem reflexão, o ativismo. A palavra é o ato libertador, ao controlá-la como palavra-mundo, tem-se a chave do domínio dos mecanismos de poder.
    Os conteúdos formais, tradicionais do ensino, só teriam sentido se partissem dos próprios objetos das vivências do mundo das pessoas envolvidas no processo, e isso se consegue somente através do diálogo com essas pessoas – é uma proposta extra-escolar e comunitária.
    2 – Como Paulo Freire entende a “práxis”?
    No entender de Freire, o homem não pode ser entendido fora de suas relações com o mundo, de vez que é um “ser-em-situação”, é também um ser do trabalho e da transformação do mundo. Na práxis freireana, portanto, a dimensão histórica das práticas é um dever, isto é, depende da ação dos homens ao construir à história, que neste caso é entendida como possibilidade. A práxis da pedagogia freireana entende a que as relações sociais são produtoras de sociabilidade humana e, sendo assim, a humanização destas práticas constituem condição fundamental para a educação.
    3 – Qual importância do diálogo?
    Sem o diálogo não há a compreensão da realidade, que é capaz de gerar um pensamento crítico, para dessa forma transformar a realidade dos indivíduos e suas estruturas sociais. Sem diálogo não há libertação, pois a ação anti-dialógica quer trazer conformação de idéias e ações, é manipuladora. O diálogo é elemento fundamental para uma ação transformadora.
    4 – Como se explica a construção do tema gerador?
    Para Paulo Freire, o tema gerador é extraído da problematização da prática de vida dos educandos. Os conteúdos ensinados são resultados de uma metodologia dialógica. Cada pessoa do grupo envolvido na ação pedagógica constribui com suas idéias sobre o que se quer ensinar, ainda que de forma rudimentar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Análise do 1º Capítulo do livro: Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire.
      Libertação do oprimido

      Aluna: Claudia Simone Ohlweiler.
      A opressão causada em uma sociedade desigual acabou e acaba por colocar as pessoas numa espécie de medo de expor de seus ideais.
      Humanização- vocação do homem, vocação negada, na injustiça, na exploração, na opressão, na violência dos opressores.
      Afirmação- no anseio da liberdade, de justiça, da luta dos oprimidos pela recuperação de sua humanidade roubada, a luta pela humanização, pelo trabalho livre, pela desalienação, da afirmação dos homens como pessoas.
      Grande tarefa humanista- LIBERTAR-SE A SI MESMO DOS OPRESSORES.
      Estes que oprimem, violentam através do poder. A Pedagogia do Oprimido, que faz da opressão e de suas causas objeto de reflexão dos oprimidos, em que a pedagogia – se fará e refará. Uma descoberta crítica, que não pode ser feita por opressores, para que haja uma libertação deste estado e que se torne dono de sua autonomia. A liberdade é uma conquista, exige permanentemente uma busca, um ato responsável de quem o faz.
      Ação e reflexão – o homem por si só pode mudar sua história e transformar o mundo. A pedagogia do oprimido é a pedagogia do homem, empenhando-se na luta por sua libertação.
      Classe dominadora – para os opressores o que vale é ter mais e cada vez mais, a custa, inclusive, do ter menos ou de nada ter dos oprimidos. Ser para os opressores é o ter como classe.
      Cultura do silêncio- Toda a marca de sua origem, seus preconceitos, suas deformações, entre estas, a desconfiança do povo. Desconfiança do povo seja capaz de pensar certo, de querer, de saber.
      Todos precisam libertar-se, não apenas para comer, mas para criar e construir, para admirar e aventurar-se.
      “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho:
      Os homens se libertam em comunhão”.
      O diálogo crítico das pessoas de crescerem juntas e desenvolverem uma atitude de libertação, a reflexão pode realmente conduzir a prática para haver transformação.

      Excluir
  2. 2º Capítulo- Pedagogia do Oprimido
    Claudia Simone Ohlweiler

    A concepção bancária da educação como instrumento da opressão. Relação educadora – educando, onde apenas o professor utiliza da memorização mecanizada. A educação se torna um ato de depositar.
    No lugar de comunicar-se, o educador faz comunicados e a maior ação que se oferece aos educandos é o de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Não há criticidade, não há transformação, não há saber.
    Nesta maneira opressiva o educador sabe e enquanto os educandos não sabem. O desenvolvimento de uma pessoa fica a mercê da ignorância de outros, que utilizam do autoritarismo, para inibir ao aluno a descobrir e gostar do aprender. Tornam-se seres passivos incapazes de ter uma opinião própria, anula o poder criador e estimula a cultura do silêncio “eles que sabem e nós temos que aceitar”, assim satisfaz aos interesses dos opressores.
    Um educador humanista – sua ação é de se identificar com os educandos. Pensar autêntico e não no sentido de doação, da entrega do saber. Sua ação está infundida na crença do poder criador. Ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo.
    A educação libertadora, problematizadora, não é o ato de depositar e sim, de mediatizar, dialogicidade.
    “Ninguém educa ninguém, ninguém
    Educa a si mesmo, os homens se educam
    Entre si, mediatizados pelo mundo.”
    FREIRE, p.39.
    O educador já não é o que apenas educa, mas é o que enquanto educa, é educado – DIÁLOGO com o EDUCANDO que ao ser educado, também educa. Ambos se tornam sujeitos do processo e crescem juntos.

    ResponderExcluir
  3. 3º Capítulo – Pedagogia do Oprimido
    Claudia Simone Ohlweiler

    A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade.

    A análise do diálogo – a palavra algo mais que um meio para que ele se faça duas dimensões, ação e reflexão. “Não há palavra verdadeira que não seja práxis”.
    O direito de todos os homens de dizer a palavra, o diálogo é este encontro das pessoas, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando na relação (eu- tu). O poder da palavra- o diálogo impõe significação de transformação enquanto homens.
    Diálogo- existencial, solidariza, reflete o agir, sujeitos de sua própria história, transformação, mundo, humanizado.
    Não pode ser – ato de depositar ideias de um sujeito no outro, não impor a sua ideia.
    Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda.
    O amor é um diálogo, o ato de amor está em comprometer-se com sua causa, a causa de sua libertação, compromisso dialógico. Não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que em comunhão, buscam saber mais.
    “Não há diálogo, se não há fé nos homens.”
    Fé no fazer e refazer, criar e recriar. O homem analógico tem fé nos homens antes de encontrar-se frente com eles. Pensar crítico, aceitando a dicotomia mundo-homens.
    Na educação bancária esta dialogicidade não existe ou se existe é de impor sua ideia. A educação autêntica, não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de “A com B” (mediatizados pelo mundo). A construção do tema gerador para Paulo Freire se dá através da problematização da prática da vida dos sujeitos e da sua realidade, por este meio facilita e provoca o interesse do aluno.

    ResponderExcluir
  4. PEDAGOGIGA DO OPRIMIDO – PAULO FREIRE
    REFLEXÃO
    PRIMEIRAS PALVRAS
    As atividades educativas de Freire não são utopia, se baseiam em sua observação da realidade com base no que ele viveu no exilio. Nas experiências do que observou fora do Brasil e também nas experiências brasileiras. Freire quer uma educação libertadora. Uma educação que produza a consciência. Uma consciência crítica que possibilite a inserção do sujeito no processo histórico, na busca por sua afirmação.
    O oprimido carrega o opressor dentro de si. Às vezes as pessoas não tem consciência de que são oprimidos. É difícil romper o ciclo. Além de ter consciência do quadro tem quer ter a atitude para mudá-lo. É necessário ter cuidado para não sair de um ciclo opressor e entrar em outro. Normalmente o oprimido torna-se um opressor. O novo causa receio. Mas, a vocação do homem é de ser mais. O opressor também tem que se libertar para poder ser humano. Normalmente ele não escuta o outro, não aceita o diálogo nem quer saber a posição do outro.
    É necessária uma mudança de comportamento do ser humano. Somos oprimidos em muitos aspectos. A forma como está organizada nossa sociedade hoje faz com que exista uma corrida para ter mais, ganhar mais, ser mais. Sendo sempre tudo igual, passa ano e passa ano. Precisamos quebrar o ciclo.

    A CONCEPÇÃO BANCÁRIA DA EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DA OPRESSÃO. SEUS PRESSUPOSTOS, SUA CRÍTICA

    Na educação bancaria o educador faz depósitos no educando vazio. Porém “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”, todos temos nosso conhecimentos e cultura que devem ser considerados. É necessário partir da realidade do aluno. Faz-se necessário uma educação problematizadora que envolva a realidade da criança e seus problemas reais.
    DIALOGICIDADE – ESSÊNCIA DA EDUCAÇÃO COMO PRATICA DA LIBERDADE
    Freire considera a dialogicidade a essência da educação como prática da liberdade. Para ele o diálogo faz-se numa relação horizontal baseada na confiança entre os sujeitos e na esperança transformada na concretização de uma procura eterna fundamentada no pensamento crítico. É após o diálogo que o professor organiza os conteúdos. Uma boa educação é mediatizada pelo mundo, o mundo do educando.

    A DIALOGICIDADE – ESSÊNCIA DA EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE
    O diálogo é algo fundamental na educação. Enquanto na educação bancária não existe diálogo, não é comunicativa, o educador deposita no educando o conteúdo programático, que o professor elabora ou elaboram para ele, na educação problematizadora, o diálogo é a chave, os conteúdos jamais são depositados, ao contrario são organizados e se constituídos na visão do mundo dos educandos, em que se encontram seus temas geradores. Um educador dialógico trabalha com um tema escolhido após pesquisa da realidade dos educandos. Os temas geradores são temas relacionados com a vida dos educandos, se escolhe um tema que problematize a realidade dos alunos. E permita que repensem o seu mundo, a sua realidade. Tendo uma consciência de que é possível algo diferente. Tomando consciência de seus problemas e sabendo que tem como muda-los.
    PRÁXIS, é reflexão e ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo, sem ela, é impossível a superação da contradição opressor-oprimidos.
    Adriane P.

    ResponderExcluir
  5. REFLEXÃO: PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
    Aluna: Iliane Martins
    1° CAPÍTULO: Justificativa da pedagogia do oprimido
    Algumas pessoas do povo veem a necessidade de recuperar sua humanidade roubada. Instigando a classe oprimida a lutar contra as injustiças e exploração de seus opressores, que os fazem se sentir menos.
    O processo de humanização para que se tornem capazes de transformar o mundo é um aprendizado que precisa partir do próprio oprimido. Ao tornar-se crítico e não apenas libertar-se do seu opressor passando a ser o opressor de outros.
    A própria estrutura dominadora assusta os oprimidos que temem libertar-se, permanecendo alienados sem poder de transformação, pois não aprenderam a criar e recriar.
    Vivem na realidade social que é produto da ação dos homens; e, transformá-la é uma tarefa histórica que precisa ser conquistada através da práxis e da aquisição da consciência crítica, da classe oprimida, possível através de uma educação libertadora. O que não é do interesse dos opressores, que preferem manter a situação de dominação.
    Portanto, somente quando o oprimido se libertar, também libertará o seu opressor, restaurando-lhe a humanidade. Quebrando o processo que passa de geração em geração, onde o opressor quer ter sempre mais e mais, a custas dos oprimidos, que são considerados incapazes; presos a uma cultura de silêncio e exploração.
    Os oprimidos, na sua alienação querem parecer-se com o opressor. E de tanto ouvir, convencem-se que são incapazes. São explorados, sem ter consciência de sua situação.
    Como, eles precisam libertar-se a si mesmos, ninguém pode fazê-lo por eles. Somente após, reconhecerem-se como oprimidos poderão buscar essa libertação, através do diálogo, reflexão e ação; tomando consciência crítica da sua situação histórica para poder reagir e transformá-la. Através de uma pedagogia humanizadora, estabelecendo relações de diálogo, será possível a reflexão e ação como fazedores de sua própria realidade.
    Então, a libertação dos oprimidos precisa partir deles mesmos, através da aquisição da consciência crítica, que pode ser adquirida com uma pedagogia que valoriza o diálogo, reflexão e ação. Com o sujeito fazendo parte da história, transformando assim a realidade, após reconhecer-se como oprimido, que é injustiçado e explorado pelos seus opressores. Então, terá condições de lutar pela sua liberdade.

    ResponderExcluir
  6. ALUNO: ILIANE MARTINS
    2° CAPÍTILO: A concepção bancária da educação
    A educação, em sua concepção bancária é tida como instrumento da opressão. Através de conteúdos narrados, que levam os educandos à memorização mecânica. Tornando-os recipientes, que devem ser, enchidos com os conteúdos neles depositados. Nesta concepção de educação bancária não há criatividade, não há transformação, não há saber. Os educandos apenas recebem os depósitos que devem ser guardados e arquivados. Onde o educador é considerado o que sabe tudo, e os educandos os que nada sabem. Demonstrando a ideologia de opressão aos que permanecem alienados.
    Assim, os oprimidos não desenvolvem sua consciência crítica, e não se inserem no mundo para transformá-lo. Não se tornam sujeitos, capazes de reagir à situação de marginalização em que se encontram. É nessa mentalidade, adaptada a situação, que os opressores querem manter o oprimido; em situação de domesticação, sem questionar; como expectadores e não recriadores do mundo.
    Para alcançar a libertação, com a humanização dos homens, eles não podem ser mantidos alienados. A educação tem de deixar de ser de depósito de conteúdos narrados, transmitindo seus valores aos educandos. Para ser de problematização dos homens em suas relações com o mundo.
    Pois, a educação bancária, é de dominação, enquanto a problematizadora serve a libertação. Onde ambos; educador e educando, aprendem através do diálogo. Se educam, em comunhão mediatizados pelo mundo. Permitindo aos educandos adquirir consciência crítica da realidade.
    Enquanto a educação bancária enche os alunos de falso saber, com conteúdos impostos. A problematizadora, desenvolve o poder de captação e compreensão do mundo e da realidade possível de transformação. Partindo do modo histórico e da historicidade dos homens, reconhece-o como ser inacabado. Que precisa tomar consciência da sua situação, apropriando-se dela, como realidade histórica e capaz de ser transformada.
    Nesta busca pela transformação, torna-se sujeito, através da educação que liberta, e não do autoritarismo do educador bancário que o deixa alienado, tendo uma falsa consciência do mundo.
    Paulo Freire traz na Pedagogia do Oprimido uma proposta de briga pela libertação. Com o indivíduo capaz de compreender que pode mudar; transformar o que está a sua volta, refazer o mundo. Tomando consciência de sua realidade, através da educação libertadora o homem torna-se sujeito capaz de lutar por sua libertação.


    ResponderExcluir
  7. ALUNO: ILIANE MARTINS
    3° CAPÍTULO: A dialogicidade
    A palavra verdadeira pode transformar o mundo, sendo direito de todos dizê-la, não podendo ser imposta, como prescrição, ou dita por alguns para os outros.
    Mas, sim, através do diálogo, numa pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, baseado no amor. Havendo, um diálogo verdadeiro, onde os sujeitos podem expressar seu pensamento crítico. Através da comunicação; que é a verdadeira educação. Onde o educador dialógico; problematizador, organiza os elementos recebidos do povo, trazendo para a aula assuntos do interesse dos educandos como seres sociais que são.
    Percebendo a realidade, com a necessidade de ser transformada, por eles, com eles, através da ação do povo, com a sua práxis. Através da educação dialógica vão tendo a percepção de si mesmos e do mundo em que estão.
    E, a partir de situações presentes, da realidade concreta, e refletindo sobre as aspirações do povo serão organizados os conteúdos programáticos da educação. Buscando os temas geradores, com o povo, através do diálogo, com assuntos significativos, promovendo uma educação libertadora, que conscientiza. Dando ao povo capacidade de sua percepção de sujeitos históricos competentes para realizar transformações. Através da ação dos homens sobre a realidade concreta, tornam-se seres histórico-sociais.
    Com a metodologia da investigação temática e a educação libertadora, problematizadora, é possível proporcionar aos indivíduos dimensões significativas de sua realidade, possibilitando reconhecer a interação de suas partes. Podendo inserir os homens numa forma crítica de pensarem o seu mundo.
    Então, investigar o tema gerador é, investigar o pensar dos homens, ou seja, como eles atuam sobre a realidade. Com a investigação temática se tem uma tomada de consciência da realidade, e de autoconsciência, iniciando no processo educativo, ou ação cultural, com carácter libertador.
    Na investigação temática, os sujeitos vão descobrindo nos temas significativos, a interpretação dos problemas. Pensando; refletindo sobre sua própria condição de existir. Sendo essa investigação, parte da educação problematizadora e dialógica favorável à conscientização do povo, pois permite uma percepção crítica da realidade.
    E, estudando a cultura tem-se a compreensão do papel dos homens no mundo, e com o mundo, como seres de transformação.
    Desenvolvendo a temática junto ao povo, sistematizada, como problemas a serem decifrados. Põe-se em prática a importância da educação libertadora, em que os homens se sentem sujeitos do seu pensar, participando dialogicamente na investigação e elaboração dos temas que serão trabalhados. Vão se tornando sujeitos aptos a pensar criticamente sobre sua situação real. E, ao refletir vão refazendo e transformando o mundo ao seu redor.
    Assim sendo, neste capítulo, compreendo que, o sujeito aprende a dizer a palavra verdadeira com uma educação libertadora, baseada no diálogo, discutindo temas que refletem a realidade dos educandos. Sendo o tema gerador construído pelos próprios educandos, com significado, leva-os a refletir, problematizando situações concretas e questionando possíveis soluções para os problemas reais. Nesta busca passam a se conscientizar, através da reflexão e do diálogo desta educação voltada para a libertação do sujeito oprimido, que quer deixar de ser alienado, tornando-se sujeito crítico. Que ao aprender a dizer a palavra para si e para os outros e com os outros, praticando uma ação, que vem acompanhada do pensar crítico e da reflexão, podendo ser refeita, agora com efeito de mudança; de transformação do mundo, isto é, com a práxis. Onde ele pensa sua ação, o efeito que ela causa, reflete e compreende que ele é capaz de transformações no mundo em que vive.

    ResponderExcluir
  8. PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
    1ºCAPÍTULO: Desafiados pela dramaticidade da hora atual, os homens descobrem que pouco sabem sobre si. Respondem, e suas respostas os levam a novas perguntas. Humanização e desumanização são possibilidades dos homens como seres inconclusos e conscientes de sua inconclusão. A tarefa humanista e histórica dos oprimidos é libertar-se a si e aos opressores.
    O poder dos opressores se expressa de falsa generosidade. Libertação chega pela práxis de sua busca, pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela.
    Só através da práxis autêntica e não do blá.blá,blá, da ação e da reflexão é possível se libertar.
    O primeiro momento da pedagogia do oprimido, os oprimidos desvendam o mundo da opressão e fazem a transformação na práxis. No segundo momento, transforma a realidade opressora.
    2ºCAPÍTULO:
    A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a serem enchidos pelo educador. Quanto mais vai se enchendo os recipientes, com seus “depósitos”, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente encher, tanto melhores educandos serão.
    Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquiva-los.
    Na visão “bancária” da educação, o “saber”é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais de ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro.”
    o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra eles.”
    3ºCAPÍTULO
    A investigação dos temas geradores e sua metodologia tem como objetivo propor aos indivíduos dimensões significativas de sua realidade, cuja analise crítica lhes possibilite reconhecer a interação de suas partes, neste sentido é que a investigação do tema gerador, que se encontra contido no “universo temático mínimo”, se realiza por meio de uma metodologia conscientizadora, além de nos possibilitar sua apreensão, insere ou começa a inserir os homens numa forma crítica de pensarem seu mundo.

    Os temas em verdade, existem nos homens, em suas relações com o mundo, referidos a fatos concretos.
    Vanessa Schirrmann

    ResponderExcluir